Internet das Coisas Industrial para PMEs: sistemas legados conectados estão mudando a indústria

Em termos básicos, a Internet das Coisas Industrial (IIoT) utiliza sensores de máquina a máquina (M2M) conectados e dispositivos inteligentes no chão de fábrica para fornecer dados em tempo real para diversas finalidades, sendo a principal delas para melhorar a administração do negócio, reduzir custos, aumentar a eficiência e planejar melhor o futuro.

Dadas as incertezas atuais em torno da resiliência das cadeias de suprimentos globais, tornar os processos de produção enxutos e eficazes nunca foi tão importante como agora, principalmente levando-se em conta a elevada concorrência e aceleração da invocação do setor nos dias atuais.

Muitas vezes, como sinônimo do termo Indústria 4.0, a IIoT está na vanguarda das iniciativas de transformação digital, convertendo empresas de manufatura tradicionalmente analógicas em organizações digitais modernas. No entanto, embora a digitalização dos processos industriais e a adoção da IIoT tenham consistentemente proporcionado retornos claros sobre os investimentos em tecnologia para muitas grandes empresas multinacionais, ainda há uma preocupação sobre os motivos que estão deixando para trás as pequenas e médias empresas do setor manufatureiro nesta jornada pela Quarta Revolução Industrial.

O Fórum Econômico Mundial constatou que, embora as pequenas indústrias sejam vitais para a economia global, a contribuição delas para o PIB caiu quase cinco pontos em uma das maiores economias do mundo, a dos EUA. Além disso, foi observado que as diferenças nas taxas de adoção de IIoT entre as grandes fabricantes globais e indústrias menores são gritantes e estão “exacerbando a desigualdade econômica, sufocando as oportunidades de mobilidade social e reduzindo a produtividade industrial global”.

O que impede os investimentos em IIoT?

É importante entender o que está impedindo muitas pequenas indústrias de investir em IIoT e em outras tecnologias emergentes da Indústria 4.0 e saber entender as principais barreiras apontadas pelo Fórum Econômico Mundial são: escassez de mão de obra qualificada, a falta de acesso ao capital e, crucialmente, falta de clareza sobre o retorno sobre o investimento.

As indústrias maiores são mais propensas a se beneficiar da análise de dados coletados de dispositivos IIoT porque conseguem mais facilmente superar as lacunas de habilidades e conhecimento, e são mais capazes de captar investimentos para novas tecnologias de fábricas inteligentes, principalmente porque têm uma compreensão clara do retorno do investimento.

Para as menores, a situação é bem diferente e as quatro áreas em que eles conseguem um retorno sobre os investimentos em tecnologia da Indústria 4.0 são: a qualidade do produto, disponibilidade da máquina, eficiência e consumo de energia. É por isso que a configuração de indicadores-chave de desempenho (KPIs) em cada uma destas áreas – antes, durante e depois de qualquer teste ou implantação de IIoT no chão de fábrica – pode ajudar a demonstrar o ROI.

Um roteiro de IIoT claro e acessível para PMEs

É exatamente ao demonstrar esses retornos alcançáveis ​​para o conselho de administração, investidores, banco ou outras partes interessadas que os inúmeros benefícios da IIoT para as pequenas indústrias começam a ficar claros.

Isso, por sua vez, permite que os tomadores de decisão estabeleçam um roteiro de adoção de IIoT que seja compreensível, acessível e alinhado com os objetivos de curto e longo prazo.

Uma diferença fundamental entre grandes empresas de manufatura globais e as de pequeno e médio porte é o fato de que estas últimas geralmente querem ver melhorias na eficácia geral do equipamento (OEE) sobre qualquer novo investimento em tecnologia dentro de poucas semanas e não podem esperar muito por isso.

Ajudar as PMEs a conectar e visualizar equipamentos legados no chão de fábrica é um primeiro passo vital em qualquer roteiro de Internet das Coisas Industrial, simplesmente porque estas empresas menores não têm tempo, dinheiro ou capacidade para substituir tão rapidamente as máquinas ou a sua infraestrutura existentes.

É neste momento que a integração entre as aplicações de coleta de dados da IIoT com os sistemas de gestão empresarial faz sentido e se faz necessária, principalmente porque ela contribui para aumentar a eficiência, produtividade e segurança por meio de uma melhor conexão dos vários processos, dispositivos e sistemas de fabricação legados: MES, PLM, QM, MM, ERP, CRM entre outros.

No entanto, deve ficar claro que a adoção da IIoT não precisa ser uma “revolução” por atacado. Isso porque, ao pensar em adotar tecnologias IIoT ou ferramentas da Indústria 4.0, muitas pequenas e médias indústrias ficam com a sensação de que necessitam cobrir todas as bases e todos os aspectos do processo de fabricação, tudo de uma vez. Isso não precisa – e nem deve – ser o caso.

Integração de sistemas através de sprints incrementais

A agilidade empresarial não pode ser vista como um privilégio das startups de tecnologia, como muita gente pode acreditar. A adoção da IIoT pode aplicar os conceitos Agile e ser realizada em sprints incrementais, que podem ser controláveis, acessíveis e de fácil implementação. A chave para o sucesso desta jornada é planejar cuidadosamente qualquer implementação de tecnologia IIoT, com base em seus requisitos e objetivos específicos, para garantir os níveis mínimos de interrupção em suas operações comerciais diárias. Isso significa começar do chão de fábrica e aumentar gradualmente. Ou seja, implementação contínua.

Depois disso, o valor real da IIoT decorre da consolidação de dados de todas essas fontes diferentes e anteriormente isoladas em um único e fechado ciclo de feedback para ajudar os gestores e trabalhadores do chão de fábrica a tomarem melhores decisões e mais rapidamente.

A Integração dos dados dando vida à IIoT

Importante: o resultado final da IIoT será ineficaz se os dados coletados dos sensores e aplicação da Indústria 4.0 não estiverem consolidados em uma base centralizada e acessíveis a partir de uma interface amigável de acesso a eles, a qualquer momento e lugar. É por isso que as melhores soluções de IIoT para PMEs unificam, integram e analisam esses dados díspares provenientes de sistemas legados recém-conectados, apresentando-os em painéis visuais simples e fáceis de entender que permitem resultados imediatos e melhoria contínua em todo o processo de fabricação. Este é o principal papel da integração neste processo.

Caso não seja possível ter uma solução com este perfil, será oportuno contar com plataformas de integração que sejam capazes de facilitar este trabalho e que possam estar preparadas para o futuro. Porque o futuro é logo ali e as empresas não podem depender de ferramentas sem capacidade de receberem a evolução necessária que a IIoT e a Indústria 4.0 exigem.

 

Rodney Repullo – CEO da Magic Software Brasil

 

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