Sam Green – The Creative and Content Manager at Magic Software
Todos tem ouvido muito se falar sobre “a Nuvem (Cloud)”. Apesar da badalação que possa ter ocorrido e claro, como toda nova tecnologia no início de sua curva – há um ciclo de modismo, a Cloud está agora na maioria das mentes dos analistas cristalizada como uma tecnologia sólida cuja topologia e valor dos benefícios estão bem compreendidos por fornecedores de software e consumidores.
E os números confirmam isso. A Cloud computing como mercado é enorme – e crescente. As receitas de serviços de nuvem em todo o mundo têm previsão de chegar a US$ 68,3 bilhões em 2010, um aumento de 16,6% sobre o ano anterior, segundo o Gartner. E isto apesar das ondulações em curso do tsunami financeiro que continua a assolar as economias ocidentais.
Então a Cloud computing funciona portanto – e deve ser adequada para a época em que estamos agora. Em minha opinião, três tendências convergentes que acontecem agora realmente impulsionaram o fenômeno Cloud computing à frente ao longo dos últimos anos.
Três Tendências que Guiam para a Nuvem
1. Sem Mudanças nas Linguagens de Programação
A primeira é a falta de força criativa ou evolutiva nas ferramentas tradicionais de desenvolvimento de software. As empresas hoje dependem de aplicações de software. Desde o início, esses aplicativos foram criados usando linguagens de programação sofisticadas, muitas dos quais foram desenvolvidas no final dos anos 1960 e início dos anos 1970.
Estas linguagens requerem um alto grau de precisão e perfeição, com programadores a escrever ‘código’ detalhado para apresentar conceitos e funções reais. É um processo que é de trabalho intenso e aberto a erros, com pesadas conseqüências para a viabilidade financeira e competitiva da empresa.
2. A Revolução Web
A revolução Web veio em seguida e mudou muitas coisas. Claro que pavimentou o caminho para a computação em nuvem. Mas antes disso, o desenvolvimento de aplicativos de negócios para funcionar na internet exigiu uma intensificação na complexidade do desenvolvimento. Isso significava escrever código para mais do que apenas uma máquina. Os desenvolvedores agora tinham que considerar a interação de múltiplos sistemas, plataformas e dispositivos, e os programadores de repente se viram obrigados a planejar e escrever milhares de linhas de código. As linguagens de programação que não mudaram fundamentalmente a partir dos anos 1970 simplesmente nunca foram construídas para esse ritmo de mudança.
3. Desaceleração das economias desenvolvidas
E, finalmente, veio a crise financeira – o terceiro fator que essencialmente bateu o prego no caixão do convencional status quo de TI, forçando muitas empresas a engavetar ou cortar massivamente os projetos existentes e diminuir os departamentos de TI, em setores públicos e privados.
Como um imperador sem roupas, parece que os modernos projetos de aplicações de TI agora foram expostos por aquilo que eles são, itens de orçamento enormes, muito caros e complicados para a maioria, e não justificando os esforços trazem consigo. Alguma coisa tinha de ser feita.
Felizmente, a revolução Web foi capaz de fazer. A Cloud computing representa o consumo ‘magro’ de recursos de computação, a antítese da aquisição volumosa e cara de hardware, e de demorados projetos de código escrito. Ela segue o modelo “just in time” de produção – onde você usa apenas o que precisa sem ter de transportar bagagem desnecessária TI.
Multi-tenancy e elasticidade são sinônimos da Cloud – permitindo às empresas crescer sem incorrer em custos diretos de TI, razão que já faz as empresas a pensar duas vezes antes de tentar algo inovador. E mais importante, a Cloud já está aqui e as empresas estão se adaptando.
Uma Palavra de Cautela
Primeiro, apesar do ponto de vista positivo e da propaganda de alguns fornecedores gigantes de Cloud, nem todas as empresas mudarão seus aplicativos de negócios de missão crítica e bases de dados de seus próprios servidores para um fornecedor hospedado com oferta de Cloud amanhã.
É simples perceber que é muito arriscado ou muito radical uma mudança para a maioria dos CEOs. E, novamente, os números parecem confirmar isso, pois o Gartner prevê que apenas 20% das aplicações de negócio serão serão off-premise, em 2013. Isso significa que, de longe, a maior parte das aplicações da empresa permanecerá nas dependências do cliente por uns bons poucos anos na modalidade on-premise.
Neste caso, então o principal desafio para as empresas agora será aprender a equilibrar de forma eficaz as implantações locais e não locais, e como integrar melhor suas aplicações em nuvem recém adquiridas para obter o máximo valor de seu conjunto global de dados.
O segundo ponto é sobre os fornecedores de software que constroem, implantam e do próprio software que estão oferecendo como serviço (SaaS) para seus clientes. Escondido entre as letras miúdas do fenômeno Cloud está um desafio receita bastante substancial.
O modelo Cloud já é uma grande mudança de paradigma para os fornecedores de software acostumados a obter receitas de licenças. De repente, para sobreviver, eles precisam aprender a se adaptar a um modelo de assinatura. E não é só isso. Como mercados maduros, eles tendem a forçar os preços ainda mais para baixo, conforme mais fornecedores entram no espaço e tornam as coisas mais competitivas. Para o mercado de SaaS e Cloud, isto significa que os usuários começarão a exigir algo mais barato do que uma taxa de assinatura fixa. Eles irão buscar um modelo real de “pay-per-use” que irá apertar ainda mais os fornecedores de software.
Se este for o caso, então os fornecedores de software, mesmo antes de se estabelecerem no caminho da nuvem, terão de pesar cuidadosamente os custos de desenvolvimento de construção de uma aplicação Cloud – e encontrar formas para melhorar a produtividade de desenvolvimento de aplicações e eficiência de custos. E mesmo assim, eles devem estar preparados para uma transição difícil.
A Abordagem de uma Plataforma de Aplicações Híbrida
Uma solução digna de consideração para as empresas e fornecedores de software é uma nova gama de plataformas de aplicações Cloud computing.
O que é importante é que estas não são simplesmente linguagens de programação. Em vez disso, elas contêm funcionalidades de negócios pré-construídas e pré-compiladas que habilitam programadores para evitar o longo e cansativo processo de escrita de código e se concentrar em compilar rapidamente funcionalidades de negócios e aperfeiçoar a aplicação dos testes. Essas plataformas conseguem cortar semanas, talvez até meses do ciclo de desenvolvimento de aplicações Cloud – permitindo aos fornecedores de software e empresas ter suas soluções Cloud ou SaaS no mercado de forma mais rápida e rentável.
Para os fornecedores de software, essa abordagem seria um bom começo para sobreviver à transição de receitas baseadas em licenças para assinaturas “pay-per-use” que os clientes de fornecedores de software irão exigir em um futuro não muito distante.
O importante para as empresas, é que tais plataformas de aplicações podem oferecer a capacidade de implantação ‘híbrida’ mais viável do que a programação baseada em código. A opção híbrida permite que as empresas mudem em seu próprio ritmo para a nuvem, em vez de em uma só vez. Ela faz isso antes de tudo permitindo a construção de uma aplicação de negócio com o melhor custo efetivo – e, em seguida, permitindo implantá-lo, de forma local, na Nuvem, ou uma mistura de ambos.
O ponto principal é que plataformas de aplicações ‘híbridas’ não forçam o usuário a desenvolver uma aplicação para apenas um cenário de deployment específico. Isso pode ser escolhido e alterado a qualquer tempo – sem ter que fazer mudanças substanciais no esforço de desenvolvimento original.
Duas Perguntas
Como o mercado de Cloud continua a se expandir rapidamente, torna-se muito fácil para as empresas serem levadas pela euforia e substituirem a análise dura e fria para um estilo de pensamento “quão ruim pode ser – todo mundo está fazendo isso”. Será uma tarefa difícil para muitas empresas e fornecedores de software evitar a pressão dos colegas e comprar a publicidade de fornecedores gigantes.
Realmente, a Cloud computing é o caminho a seguir. Mas, para maximizar o ROI e evitar desilusões de ROI não realizados, as empresas e fornecedores de software devem se esforçar para manter dois pensamentos em mente, “quão produtiva esta ferramenta de desenvolvimento Cloud realmente é?”, E “quão facilmente eu posso mudar o deployment de Cloud para on-premise e voltar quando eu precisar?”. Tudo o mais pode ser apenas ilusão.