Manoel Frederico da Silva / Product Manager & MAGIC Evangelist / Magic Software Brasil
O mundo das empresas produtoras de softwares (como a maioria de nós e das empresas onde trabalhamos) vem se renovando e revolucionando constantemente. Mais recentemente, os dispositivos móveis deram um novo “chacoalhão” no segmento.
Particularmente, eu via este mundo bem dividido em quatro grupos: softwares científicos, softwares de nichos (medicina, engenharia, etc…), games e softwares administrativos. Ok: mais um grupo talvez (o 5º), para englobar todo o resto.
Não estou afirmando categoricamente que é assim; apenas que é uma percepção (a minha). Admito que seja passível de discussão.
Mas seguindo esta linha de raciocínio, o que os dispositivos móveis estão fazendo agora é criar um novo grupo (demanda) para os desenvolvedores: softwares para usuários domésticos. É a inclusão digital na prática, trazendo para o dia-a-dia das “pessoas comuns” a possibilidade de ter dispositivos eletrônicos e softwares para atender as suas necessidades pessoais (ouvir música, ver TV, ler notícias, conversar, etc…).
Pois bem, pressupondo que as afirmações acima sejam verdadeiras, em que tem a ver com o nosso cotidiano o desenvolvimento de softwares administrativos?
Resposta (minha): Tem a ver justamente com compreendermos estas diferenças e entendermos onde que estamos, e qual é o nosso papel.
Muitos desenvolvedores de sistemas administrativos (o nosso metiê) estão despendendo bastante esforço (aqui, esforço = tempo + dinheiro) para encontrar formas de pegar a sua solução grande, complexa, evoluída, cheia de know-how e empacotá-la de tal forma que caiba nos pequenos dispositivos que freqüentam as mãos e bolsos dos usuários. E também estão ávidos em dominar toda nova tecnologia agora disponível, tentando encaixá-la como “evolução” e “diferencial” de seus produtos. A palavra de ordem agora é estar atualizado e moderno.
A pergunta que eu quero fazer é: precisa mesmo tudo isso?
De todos os gráficos (Gartner, Forrester, etc…) que eu já vi, o único que me convenceu de imediato foi um mais ou menos assim (abaixo), que mede a nossa reação (pessoal e corporativa) em relação às novidades tecnológicas:
Vamos pegar só como exemplo, um recurso presente e bastante badalado nos dispositivos modernos: os acelerômetros. Não vou me atrever a discutir a utilidade deles. Eles possuem diversas aplicações, de relevantes a divertidas.
Mas se o meu negócio for realizar uma interface de registro de pedidos de venda, eu preciso disso? Preciso me preocupar com isso? Preciso correr atrás de ferramentas que suportem isso? Isso é diferencial na hora de avaliar as ferramentas que irei adotar?
Na minha visão, não. Não é o meu papel. O nosso tipo de software (neste caso “administrativo”) dificilmente precisará desse recurso. Para as empresas (os meus clientes) que necessitam chegar aos dispositivos móveis, o recurso que interessa mais é a mobilidade.
E para os softwares administrativos, dispositivos móveis são interfaces de entrada e saída de informações. Não temos que levar o ERP para dentro do “mobile”. Temos é que conectar com ele:
E para esta tarefa, temos o iBolt e o uniPaaS à nossa disposição.
Veja o exemplo abaixo:
Uma interface de entrada/saída conectada ao servidor de aplicações corporativo via web (HTTP).
Simples, fácil, direto, móvel e na nuvem.
O segredo do sucesso é não complicar (mantra KISS: keep it simple, stupid).
Muito boa a reflexão Manoel. Abrc.