Porque as plataformas são o futuro para o desenvolvimento de aplicativos móveis?

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Ao longo dos últimos seis meses, eu me reuni com uma extensa gama de clientes e potenciais clientes para compreender como eles entendem a mobilidade empresarial e, especialmente, para saber se eles a veem como uma oportunidade de negócios ou apenas como outra tecnologia. Não é segredo que os últimos anos têm testemunhado um debate entre dois paradigmas: escrever um código específico para diferentes dispositivos ou adotar uma abordagem mais ampla. Os rápidos avanços da tecnologia móvel levaram a um mundo onde não há uma abordagem única, mas a história parece estar se repetindo desde a época dos desktops e eu acredito que as plataformas de desenvolvimento de aplicativos móveis são o caminho a seguir.

Em geral, a empresa na qual trabalho tem dois tipos de clientes: ISVs, que desenvolvem soluções e, normalmente, têm algum investimento em um determinado paradigma ou tecnologia; e os usuários finais de indústrias que vão de serviços financeiros no setor bancário e de seguros, à logística, lazer, entre outros, e que podem ter uma preferência por um ambiente interno, mas que geralmente acabam com uma mistura de tecnologias. Essa variação torna suas perspectivas quanto às tecnologias móveis variadas e fascinantes.

Tenho escrito muito sobre a guerra das tecnologias de aplicativos, com foco principalmente em HTML5. O que tenho visto no mercado é que as pessoas que devem ser convencidas a desenvolver um código específico para cada dispositivo mantêm-se fiel a essa rota, assim como aquelas que optaram por usar os aplicativos HTML5 para Internet. Entretanto, nenhuma dessas abordagens é totalmente livre de problemas.

McKinsey-What-Matters-Social-Innovation1-300x200Independente de se você optar por desenvolver um código nativo ou por usar HTML5, ambos têm prós e contras. As empresas que utilizam HTML5 para aplicativos de missão crítica descobrem que sofrem com atrasos causados pela necessidade de empregar correções; enquanto o código customizado provou ser muito caro em termos de tempo e esforço necessários para suportar as várias versões necessárias para os diferentes ecossistemas móveis e tipos de dispositivos e para mantê-los todos atualizados. Basta olhar para os clientes do Facebook em iOS e no Android para observar um exemplo disso. A questão é: como seguir em frente?

Era uma vez…

Há muito tempo que eu defendo o uso de uma plataforma empresarial móvel para desenvolver aplicativos com uma verdadeira capacidade multiplataforma e multicanal, e essa não é uma escolha entre o desenvolvimento de aplicativos HTML5 ou nativos. As plataformas podem fazer os dois e a sua escolha é uma questão de execução e não, de desenvolvimento. Não se trata da geração de código e sim, de funcionalidade pré-empacotadas que pode ser configurada por meio de um processo de desenvolvimento e ativada através de qualquer plataforma, seja nativa ou HTML5.

8967497-system-integration-concept-with-puzzle-300x277A vantagem real de usar plataformas é que elas oferecem uma abordagem uniforme para desenvolver, implantar e gerenciar aplicativos. A partir da coleta de dados e de processos provenientes de várias fontes, sejam eles localizados nas instalações físicas ou na nuvem, sistemas empresariais tradicionais ou mídia social, e de sua reutilização de forma auditável e governável, para o consumo de serviços de dados e interface de usuário através de diversos dispositivos. Por exemplo, você pode definir políticas para garantir que certos dados ou aplicativos possam ser acessados somente em determinados países, ou somente quando um funcionário estiver trabalhando de casa, via geofencing.

As plataformas têm a capacidade de codificar a auditabilidade e a governança automaticamente em seus aplicativos, indo além da interface de usuário. Você pode determinar políticas para como o aplicativo deve tratar os dados quando não houver conectividade, como no metrô ou em trens. O acesso off-lline precisa estar incorporado, assim como a segurança. Os usuários móveis empresariais atuais realizam tarefas que anteriormente só estariam disponíveis atrás de firewalls, dessa forma, é cada vez mais importante que a segurança seja construída nos níveis do dispositivo, do aplicativo e do usuário. As plataformas possibilitam tudo isso, não como uma solução baseada em correções, mas como uma solução compacta para possibilitar que os recursos sejam facilmente incorporados.

Escrevi muitas vezes sobre os benefícios das plataformas, mas descobri que seus benefícios são frequentemente mal interpretados. Especialmente, nas organizações onde há uma forte compreensão do HTML5, os especialistas em mobilidade caem na armadilha de acreditar que, apenas porque podem fazer com o HTML faça o eles desejam, isso é tudo que sua solução precisa.

Os benefícios reais das plataformas residem nas formas que elas possibilitam a você desenvolver, administrar e utilizar seus aplicativos, como permitindo que você se concentre no consumo e prestação de serviços em todos os níveis e através de todos os seus aplicativos. O desenvolvimento rápido também é um benefício, como a funcionalidade pré-empacotada na plataforma que permite a você reduzir seu tempo de desenvolvimento em até 80%, reduzindo assim seu tempo de comercialização e seus custos. Da mesma forma, esse desenvolvimento rápido e ágil permite aos usuários finais participarem de todos os estágios de desenvolvimento, garantindo que os aplicativos resultantes se adaptem melhor às exigências dos usuários e às necessidade do mercado. Como a maioria dos fornecedores de plataformas incorpora as mais recentes tecnologias móveis às suas plataformas por meio de atualizações, permitindo que você as utilize sem precisar pesquisar essas tecnologias detalhadamente, torna-se fácil manter seus aplicativos atualizados. Esse sempre foi um benefício do uso de plataformas, mas é notado especialmente nos dispositivos móveis devido à rápida evolução da tecnologia, principalmente no que se refere à segurança, aos padrões de dados e aos ecossistemas.

Para examinar porque as plataformas são tão importantes, vamos fazer uma viagem à “história antiga”, ou como você pode conhecê-lo, cerca de 20 anos atrás e nos primórdios do comércio eletrônico na rede. No início, quando os sites se tornaram importantes ferramentas de comércio, eles eram escritos diretamente em HTML e, ao mesmo tempo em que havia alguns esforços realmente impressionantes, no geral, essa tendência levou a sites que eram pouco mais que versões on-line dos catálogos ou brochuras em papel das empresas. Isso gerou também páginas que estavam se tornando cada vez mais complicadas conforme eram feitas revisões ou novas tecnologias eram adotadas. Considere que no espaço de poucos anos, os consumidores começaram a esperar mídia embutida, pagamento seguro, níveis de estoque atualizados, mapeamento e revisões on-line: tentar codificar tudo isso em uma página em HTML era muito complicado.

11A solução para a sempre crescente complexidade das páginas da Internet foi utilizar plataformas que permitissem que novas tecnologias fossem implantadas como objetos padrão, em vez de ter que escrever tudo do início, até o ponto em que hoje as páginas mais parecem uma modelo da Lego do que um artigo manuscrito. Por exemplo, se você deseja criar um blog, utilizar plataformas como WordPress ou eBlogger é uma escolha óbvia, enquanto que Magneta, Shopify e Voluta tratam com facilidade as complexidades de um site de e-commerce e, para um CMS, existem diversas opções como Drupal, Squarespace e Movable. As plataformas também podem ser facilmente atualizadas para lidar com novas exigências, simplificando assim a manutenção, enquanto HTML ou Java customizados é usado para personalizar em vez de criar. Lembre-se de que o objetivo dos aplicativos móveis não é apenas apresentar informações, mas ser capaz de reutilizar a lógica comercial existente por trás de uma nova interface de usuário.

O passado é relevante para o dispositivo móvel?

Acredito que a imagem no dispositivo móvel hoje é muito semelhante àquela na qual as organizações utilizavam HTML ou Java para criar uma experiência móvel, mas hoje elas estão descobrindo que não é mais suficiente envolvê-las em torno de uma página para criar um aplicativo móvel.

O desafio é que os usuários estão tentando fazer muito mais coisas a partir do dispositivo móvel agora. Os aplicativos móveis não precisam apenas apresentar dados para o usuário de uma forma atraente: os usuários precisam ser capazes de atualizar esses dados e, quanto mais fazemos, mais importante se torna garantir que os dados certos cheguem às pessoas certas no momento em que elas desejam. Os aplicativos móveis atuais precisam ser capazes de estabelecer políticas inteligentes com relação a quem pode acessar que dados, ele precisam ter segurança incorporada, juntamente com ferramentas de gerenciamento. Conforme os usuários confiam cada vez mais nos dispositivos móveis, o acesso off-line se torna fundamental e os aplicativos precisam ser atualizados rapidamente conforme a mudança na demanda, em um mundo onde “rápido” pode significar “dentro de 30 minutos”.

Além disso, uma vez que os usuários tentam concluir uma quantidade maior de suas tarefas de computador nos dispositivos móveis, a experiência móvel precisa crescer muito além das “interfaces móveis” de corte que passamos a esperar. Os usuários móveis esperam ter todos seus fluxos de trabalho na ponta dos dedos e os processos lógicos integrados resultantes não estão mais em casa no desktop. Isso significa que não faz sentido separar os aplicativos móveis como uma página independente: porque precisamos de um modelo, lógica comercial e fluxos de trabalho integrais, o dispositivo móvel está além da questão da “aparência e sensação”. Nós estamos seguindo em direção a um mundo onde a colaboração e o compartilhamento de dados são possibilitados por meio de processos transparentes, tornando os usuários mais rápidos e eficazes.

7Essa olhada no passado mostra que muitas organizações hoje estão apenas lidando com uma fina camada daquilo que se trata a mobilidade. Sim, você pode facilmente desenvolver páginas HTML sozinho, mas é difícil atualizar a aparência e a sensação, manter os aplicativos ou atribuir e controlar direitos de usuário. Aprenda com a era pontocom e com os sites de conteúdo e siga adiante utilizando uma plataforma atual, para gerenciar melhor sua lógica, processos e dados de uma forma que possibilite a manutenção para uma longa jornada.

A indústria já reconheceu o importante papel das plataformas em sua madura tecnologia de Internet para desktops: agora é hora de aprender com o passado, abraçar as plataformas para os dispositivos móveis e evitar um desastre no futuro.

 Artigo Original

David Akka - CEO Magic Software UK
David Akka – CEO Magic Software UK

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