Um desafio constante para o setor de manufatura envolve descobrir como otimizar processos de forma consistente e aumentar a produtividade. Embora a indústria venha adotando inovações como a automação e IoT ao longo dos últimos anos, ainda há muito a fazer pelo setor para realmente maximizar seu potencial.
Qualquer empresa de sucesso neste segmento depende de máquinas e sistemas para realizar o trabalho. Isso inclui tecnologias como MES (Manufacturing Execution Systems), QM (Quality Mold), MM (Modeling Methodology) ou PLM (Product Lifecycle Management) que se relacionam diretamente com o chão de fábrica, mas também outros sistemas legados que cobrem o negócio mais amplamente, como ERP (Enterprise Resource Planning), Supply Chain Management e CRM (Customer Relationship Management).
O setor não seria nada sem esses sistemas, mas a sua existência também cria uma certa complexidade. Como esses processos, dispositivos e sistemas foram introduzidos iterativamente ao longo do tempo, encontrar uma maneira de integrar todos os dados que eles produzem e transformar isso em uma visão prática é o próximo grande desafio a ser encarado pelos líderes.
É aqui que possibilitar a melhoria contínua é a chave. Resumindo, isso significa consolidar todos esses dados díspares em um único ciclo de feedback fechado para informar, de forma consistente, o planejamento e a estratégia em curto e longo prazo.
Podemos pensar da seguinte forma: gerentes de produção e operários podem tomar decisões rápidas com base em dados que, no passado, levariam horas ou mesmo dias para serem obtidos. Ao mesmo tempo, os líderes também têm todas as informações ao seu alcance para tomar decisões estratégicas e aprimorar a organização no longo prazo. O resultado é uma operação mais produtiva, eficiente e sustentável.
Para muitas organizações, a verdadeira melhoria contínua ainda não foi totalmente alcançada. Abaixo, examinamos como isso pode ser feito.
Pontos de desafios
Um grande obstáculo para a implementação de melhorias contínuas é a abundância de sistemas de dados em silos diversos que as empresas de manufatura possuem: ERP, MES, QM, SCM, CRM, dados de dispositivos IoT (Internet das Coisas) – e a lista continua.
Coletar os dados de todas essas fontes e entendê-los exige uma quantidade significativa de mão de obra, tornando impossível observar o desempenho em tempo real. A introdução de tecnologias emergentes como IIoT (Internet das Coisas Industrial), robótica e Inteligência Artificial também pode complicar ainda mais as coisas, pois fornecem novas fontes de dados que precisam ser gerenciadas adequadamente.
O resultado é que os fabricantes têm pouca visibilidade do desempenho diário no chão de fábrica. Isso tem um efeito indireto em todos os aspectos do negócio, incluindo entrega no prazo (OTD), planejamento de estoque e a capacidade dos líderes de tomar decisões operacionais eficazes. A organização ainda pode ser capaz de funcionar, mas estará longe de ter uma operação enxuta, engenhosa e eficiente que poderia ser.
É aqui que o esforço para implementar e manter a melhoria contínua pode fazer toda a diferença.
Melhoria contínua para a produtividade
A melhoria contínua é um dos pilares básicos da manufatura enxuta, uma metodologia que enfatiza a minimização do desperdício e, ao mesmo tempo, a maximização da produtividade. Tornar-se uma organização enxuta tem uma influência direta e positiva na eficiência e resultados, contribuindo, em última instância, para o aprimoramento do sucesso do negócio.
Abaixo temos um breve resumo dos cinco princípios da manufatura enxuta.
1 – Identifique o valor sob a perspectiva do cliente. Entenda o valor que os clientes atribuem a seus produtos e serviços e, portanto, quanto ele está disposto a pagar. Em seguida, elimine o desperdício no processo de fabricação para que o preço desejado pelo cliente possa ser atendido, enquanto se obtém o lucro máximo para a empresa;
2 – Mapeie o fluxo de valor. Obtenha uma compreensão abrangente das informações e materiais necessários para produzir um produto específico. Isso significa examinar todo o ciclo de vida do produto e descobrir como o desperdício pode ser eliminado em cada estágio possível;
3 – Crie um fluxo. Certifique-se de que todos os processos de produção sejam tão eficientes quanto possível. Isso exige que as indústrias identifiquem quaisquer interrupções em potencial e introduzamem processos integrados para evitar que se tornem um problema;
4 – Estabeleça um sistema pull. Só comece um novo trabalho quando houver demanda. Isso é o oposto de um sistema push, onde os produtos são fabricados para atender à demanda estimada. Essas previsões são frequentemente imprecisas, levando a inconsistência na produção;
5 – Busque a perfeição por meio da melhoria contínua. Busque constantemente a perfeição nos processos de fabricação. Isso significa monitorar de perto o desempenho de todos os equipamentos e sistemas de gerenciamento de dados em todos os momentos, permitindo a rápida identificação e correção de problemas.
Efetivamente, a melhoria contínua é a peça final do quebra-cabeça de uma manufatura enxuta e que garante à organização estar sempre alerta quando se trata de otimizar processos, reduzindo desperdícios e melhorando a produtividade.
Fazendo acontecer
A melhoria contínua é o ideal, mas torná-la realidade é um grande desafio.
Uma organização pode ter um certo nível de compreensão de como seus sistemas funcionam e os dados que eles produzem, mas ainda há muito mais trabalho a ser feito para unificar adequadamente essas informações e obter uma visão holística de como cada sistema e item de maquinário está funcionando.
Criar o ciclo de feedback fechado significa incorporar tecnologia que vai além das limitações dos sistemas legados. A melhoria contínua não pode ser verdadeiramente adotada se os dados isolados permanecerem sendo um problema. Então, qualquer solução que uma empresa adote deve ser capaz de integrar de forma consistente e confiável cada ponto de dados em um único painel, que os líderes possam usar para conduzir análises, tomar decisões importantes e planejar mais efetivamente.
Também é crucial a capacidade de coletar dados em tempo real do chão de fábrica, para que as equipes operacionais possam manter o controle das tarefas e do desempenho, como reparos de equipamentos, movimentação de estoque ou testes de qualidade. Os sistemas legados geralmente são incapazes de fornecer esse nível de velocidade e visibilidade e, por isso, é importante que os líderes adotem novas tecnologias que sejam capazes de oferecer isso.
Uma nova era brilhante para a manufatura
Alcançar o Santo Graal da melhoria contínua exige muito trabalho, mas com a abordagem certa, a tarefa não é de forma alguma intransponível. Visualizar o ciclo de feedback fechado é uma boa maneira de entender o que precisa ser feito: uma vez que se tenha uma compreensão de todos os seus sistemas díspares e como integrá-los, o sonho da manufatura enxuta se tornará realidade.