Como construir uma cadeia de suprimentos mais inteligente com a IoT

Há alguns dias, quando tomei o primeiro gole de minha xícara de café pela manhã, descobri que o leite estava azedo. Eu queria saber quem era o responsável por aquilo – o gerente da loja, o motorista do caminhão de entregas, o supervisor de controle de qualidade da fazenda de gado leiteiro. Você não queira mexer no meu café da manhã!

Até recentemente, talvez parecesse que isso seria pedir demais, mas agora é possível, com a tecnologia de hoje, rastrear cada etapa da cadeia de fornecimento de tudo que há em sua geladeira. Atualmente, os fabricantes já estão usando a Internet das Coisas (IoT) para rastrear produtos em todo o seu ciclo de vida, a fim de alcançar níveis mais altos de eficiência. A combinação de sensores inteligentes, tecnologia de nuvem e análise está tornando as cadeias de suprimentos mais inteligentes e eficientes, com a capacidade de rastrear cada produto em todas as etapas de seu ciclo de vida.

Aqui estão alguns exemplos de como a IoT pode ser usada para gerenciar melhor a cadeia de suprimentos:

1. Controle de Inventário

A IoT pode ser usada para fornecer uma visão em tempo real dos níveis de estoque, medindo as quantidades de produtos e, quando necessário, enviando automaticamente um pedido para um fornecedor em caso de estoque esgotado. A disponibilidade do produto pode ser exibida em uma tela para responder às solicitações do cliente. A Eskimo Cold Storage usa etiquetas RFID para rastrear a localização de seus 32.000 paletes em seu armazenamento frio de 10,9 milhões de pés cúbicos, eliminando US$ 208.000 em custos associados à localização de estoques perdidos e US$ 25.000 em estornos anuais devido à perda de mercadorias.

2. Frete

As empresas estão usando a IoT para monitorar a condição do produto durante toda a viagem, do início ao fim, em vez de depender de testes no final da jornada. A Maersk usa a IoT para monitorar 300.000 contêineres refrigerados contendo produtos frescos que precisam ser transportados em uma faixa estreita de temperatura e umidade. Além de proteger mercadorias perecíveis, a Maersk só precisa inspecionar visualmente 60% de seus contêineres, pois os dados dos sensores dão a certeza de que as mercadorias contidas nesses contêineres foram mantidas em boas condições durante o processo de entrega.

3. Gerenciamento de armazém

Usando a IoT, cada peça pode ser rastreada desde quando é fabricada  até a montagem e envio para um cliente final. O Walmart reduziu o inventário físico de um mês para apenas 24 horas usando drones sofisticados que voam pelo armazém, digitalizam produtos e verificam itens perdidos. A BMW usa sensores para acompanhar uma peça desde o ponto em que foi fabricada até o momento em que o veículo é vendido em  todas as 31 montadoras localizadas em mais de 15 países, garantindo que tudo chegue ao lugar certo utilizando a quantidade mínima de recursos.

4. Entrega

A última milha é essencial. A sincronização estimada da hora de chegada pode ajudar as empresas de caminhões a colocar os caminhões certos nas áreas corretas, nos momentos adequados, para evitar substituições desnecessárias nas áreas de carga e descarga e garantir que outros recursos, como combustível e horas de trabalho, não sejam desperdiçados. A varejista de mercearia Ocado equipa vans de entrega com uma variedade de sensores IoT para registrar informações valiosas, como localização do veículo, velocidade da roda, rotação do motor, frenagem, consumo de combustível e velocidade nas curvas, para selecionar a melhor rota para uma entrega mais eficiente.

5. Gerenciamento de fornecedores

Os dados obtidos por meio do rastreamento de ativos também são importantes porque permitem que as empresas ajustem seus próprios cronogramas de produção, bem como reconheçam relacionamentos com fornecedores que possam estar gerando custos desnecessários. De acordo com a IBM, até 65% do valor dos produtos ou serviços de uma empresa é derivado de seus fornecedores, o que dá às empresas um enorme incentivo para gerenciar o relacionamento com mais eficiência. A North West Redwater construiu uma nova refinaria de betume em seis quilômetros quadrados que incluía mais de 100 empresas contratadas. Um sistema IoT foi usado para simplificar o processo de integração do contratado, diminuir os custos operacionais e controlar o cronograma do projeto.

 

Há certas partes do quebra-cabeças que precisam ser implantadas para criar um sistema de IoT funcional, incluindo uma infraestrutura flexível para conformidade com regulamentações, escalabilidade para gerenciar o tsunami de dados de milhares de sensores, bem como uma integração de dados abrangente e integrada. Vários sistemas diferentes no back office, bem como no chão de fábrica, precisam ser integrados, incluindo gerenciamento do ciclo de vida do produto (PLM), planejamento de recursos empresariais (ERP) e sistemas de gerenciamento de relacionamento com o cliente (CRM) para obter otimização de processos de ponta a ponta.

Entretanto, vale a pena investir na IoT para otimizar a cadeia de suprimentos. Com todas as possíveis melhorias no atendimento e na eficiência do cliente, é apenas uma questão de tempo até que a IoT seja uma parte esperada e necessária do gerenciamento da cadeia de suprimentos.

 

Javier Jiménez – President of Magic Software Enterprises Americas

 

Um comentário

  1. Sou responsável pela área de TI de uma pequena rede supermercados com 4 lojas. Um dos problemas na gestão supermercadista é o alto volume de itens comercializados. Além disso os Fornecedores lançam dezenas de novos produtos quase que mensalmente. Gerando problemas de cadastramento de novos itens a todo instante. A par disso a burocracia das regras Fiscais também gera uma demanda de trabalho que não agrega valor ao consumidor final.

    Tenho pensado que bom seria se amanhã pudéssemos integrar a cadeia (do Fornecedor até o pdv) automatizando o cadastro novos itens na estrutura Mercadológica da empresa, o recebimento e entrada automática das NF-e, a emissão e cotação de pedidos ao Fornecedor. As tecnologias já nos permitem fazer tudo isso. O gargalo ainda está na cultura empresarial brasileira. E a necessidade de criar padrões de integração entre a cadeia de produção (Fabricante, atacado e varejo) para que a integração ocorra. Nesse ponto a participação das Associações de classe tem um papel fundamental em trazer o tema para as pautas de discussão do setor!

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